A guerra da Ucrânia e as sanções contra
a Rússia fizeram o preço do petróleo disparar. A Rússia é a terceira maior produtora do
mundo. O preço encostou nos 140 dólares, a maior
alta desde 2008. Neste cenário internacional cada país tenta
dar o seu jeito no curto prazo. Tipo resolver a emergência mesmo. Por isso, a gente viu essas cenas de líderes
europeus se reunindo com autocratas do golfo pérsico. E até os Estados Unidos conversando com a
Venezuela, pra garantir o fornecimento de petróleo. Mas também têm rolado uns sinais de mudanças
na política energética do mundo. Mas e no Brasil? O preço da gasolina e diesel que já estavam
subindo, agora dispararam. E isso tem um impacto direto na inflação. Que já estava em alta, bem fora da meta,
em dois dígitos. E agora? Vamos Conversar? A política de preços da Petrobras sempre
foi motivo de discussão. Hoje em dia ela funciona com um sistema de
paridade de importação, que começou no governo Temer. Isso quer dizer quando o preço do petróleo
varia no mercado internacional, isso é repassado para os preços da gasolina, do diesel e outros
derivados. E o preço do petróleo varia muito. E estes preços são, inclusive, em dólar. Se o dólar dispara, influencia no preço
do petróleo também. É a lei do mercado. No governo Lula e Dilma, existia uma política
de preços fixos. Isso significa que a Petrobras arcava com
muitos dos custos. Críticos diziam que isso atrapalhava investimentos
na empresa, tanto vindos de fora, quanto de dentro. Só no governo Dilma, esta política teria
custado pra Petrobras 100 bilhões de reais. Mas, na época, o valor nas bombas para os
consumidores brasileiros era mais estável, quase congelado. E esta era a uma das estratégias pra segurar
a inflação. Neste ponto, o petróleo é estratégico. Quando o preço dele sobe, gera um efeito
em toda a cadeia produtiva. Ou seja, sobe o preço de quase tudo. Além disso, não dá pra esquecer que o Brasil
é um país gigante que depende de caminhões movidos a Diesel para fazer o transporte de
cargas. E isso piora ainda mais esta dependência
do petróleo. No curto prazo, este é o grande dilema. Deixar a lei do mercado operar, mesmo em situações
graves como agora, ou intervir nos preços da Petrobras pra amortecer estes choques no
mercado internacional. O que que você acha que tem que fazer? Escreve aqui pra gente nos comentários. Essa discussão sobre o preço dos combustíveis
está no centro da campanha eleitoral. E deve ser assim até a votação em outubro. O governo Bolsonaro se declarou desde o início
como um governo liberal na economia. E segue com a política de preço de paridade
com a importação. Mas nos bastidores e às vezes até na frente
das câmeras, o presidente fez pressão pra Petrobras segurar os preços. Principalmente, porque este ano tem eleição,
né? “A Petrobras não tem qualquer sensibilidade
com a população, é Petrobras futebol clube, o resto que se exploda”. Vale lembrar que a Petrobras é uma empresa
de capital misto na bolsa de valores. Quer dizer que o maior acionista dela é o
governo, mas que tem outros investidores privados com ações da empresa. E cada fala do Bolsonaro neste sentido, sempre
faz as ações na Bolsa de Valores cair, porque isso significaria menos lucro para os acionistas. Entre os outros candidatos, as críticas são
generalizadas. O Sérgio Moro sempre lembra da Petrobras,
por conta dos escândalos de corrupção descobertos durante a Operação Lava Jato. Ele já falou que quer privatizar a estatal
e tweetou isso aqui ó: “Esse aumento de combustíveis é inaceitável. O Governo deixou o dólar descontrolado no
ano passado e agora, no momento de uma guerra, está paralisado”. Já o Lula tem usado a situação para reforçar
um dos principais argumentos de campanha: a de que no governo dele se vivia melhor e
o preço da gasolina estava sob controle. E aí critica a atual política. Dá uma olhada: Ele diz que se for eleito, vai mudar essa
política de preços da Petrobras. A promessa dele é de “abrasileirar” os
preços. O Ciro Gomes segue um pouco na linha do Lula,
porque vê a empresa, nas palavras dele: como “estratégica para a soberania nacional”. E também com um papel social. De fato, o lucro da Petrobras no ano passado
foi o maior de toda a história. Um ano de grande volatilidade no mercado internacional. Pros consumidores brasileiros, o preço foi
reajustado 13 vezes em 2021. E a gasolina e o diesel subiram 43%. Isso só no ano passado, antes da guerra. Com a guerra, veio o tal mega aumento de uma
vez só e isso, claro, vai gerar ainda mais aumento de preços em toda a economia. Em outras palavras… inflação! A economia tem este poder de decidir eleições. E especialmente nas eleições costuma-se
ter esta visão de curto prazo. De resolver o problema agora. As discussões no médio e longo prazo parecem
bem distantes. Mas, principalmente nessa área de energia,
é importante pensar mais pra frente. Porque demora pra construir usinas, refinarias
e etc. Pra isso é legal dar uma olhada na história. Não é a primeira vez que o preço do petróleo
explodiu. Na década de 70 isso aconteceu algumas vezes
e gerou um grande impacto na vida das pessoas. Foi neste contexto, por exemplo, que a Holanda
resolveu investir pesado nas bicicletas e mudou a cara das cidades holandesas. Mudou o estilo de vida de toda a população. Nessa época, o Brasil começou a plantar
ainda mais cana-de-açúcar. O projeto Proálcool apostou no combustível
Etanol desenvolvido a partir da cana e criou carros movidos a álcool. Mas e hoje em dia? Hoje em dia, a gente ainda tem o grande problema
das mudanças climáticas e uma pressão pra descarbonizar a economia. Quer dizer, procurar fontes de energia que
não emitam dióxido de carbono. Os combustíveis fósseis como o Petróleo
são vistos como passado. Quer dizer… passado, mas nem tanto… essa
transição ainda tá em andamento. Quando a guerra da Ucrânia estourou e o Ocidente
impôs as sanções contra a Rússia, terceira maior produtora de petróleo do mundo, isso
ainda criou problemas no mundo todo. Alemanha que o diga. Ela tem uma dependência energética enorme
da Rússia busca desesperadamente por saídas. E está investindo pesado nas energias renováveis. Energia eólica, solar, geotérmica hidrogênio
verde se tornaram mais do que nunca prioridades. E muitos políticos alemães que antes eram
céticos, agora veem as renováveis com outros olhos. É o caso do ministro das finanças alemão,
Christian Lindner, que depois do início da guerra disse que as energias renováveis libertam
a Alemanha das dependências. E chamou elas de energias da liberdade. Essa é a retórica por aqui. Neste caso, cada país tem que pensar estrategicamente
o que é melhor para si. O Brasil, um país com muito sol e uma costa
enorme teria um potencial gigante para aumentar ainda mais as energias renováveis. A impressão que dá é que sobram recursos
naturais, mas às vezes falta essa perspectiva no longo prazo. O que que você acha? Gostou do Vamos Conversar desta semana? As fontes de pesquisa do nosso vídeo tão
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com que pensa diferente de você. Nem sempre é fácil, mas a gente sempre aprende
coisa nova!