Precisamos manter nossa temperatura corporal dentro de uma faixa específica para que o corpo funcione corretamente. O superaquecimento devido às altas temperaturas faz com que vários órgãos parem de funcionar…
Há um ano, no final de junho de 2021, a costa oeste da América do Norte estava em chamas: o Canadá estava sufocado com os quase 50°C. Ou seja, uma região com temperaturas baixíssimas vivia as temperaturas mais altas de sua história, quase o dobro do que era normal lá.
Foi uma onda de calor extrema, desconhecida até então naquelas partes, e suas consequências foram desastrosas. Tanto que, de acordo com os números oficiais, quase 500 pessoas morreram de insolação.
Esse custo humano devastador, que ninguém esqueceu, nos lembrou do perigo das ondas de calor e suas consequências quando temperaturas extremas são atingidas.
E a situação em todo o mundo está se tornando preocupante.
Por isso que, chegando nesse ponto, muitos de nós estamos nos perguntando a que ponto se chega para que alguém morra de calor. Principalmente, como podemos nos proteger disso?
Quando a insolação se torna mortal
A insolação é um dos casos mais graves de hipertermia. É o superaquecimento do corpo devido às altas temperaturas ou ao exercício físico excessivo.
Além disso, a falta de hidratação faz com que vários órgãos parem de funcionar como normalmente funcionavam.
Essa desordem é causada por uma falha aguda de termorregulação e é uma emergência médica grave, pois pode levar à morte em menos de 24 horas.
Os seres humanos são animais que precisam manter a sua temperatura corporal dentro de uma faixa específica para que o corpo funcione corretamente.
Quais os nossos sistemas defensivos?
O corpo humano possui vários mecanismos de controle que regulam a temperatura e a mantêm, em condições normais, entre 36,3 e 37,1°C.
E quais são esses mecanismos?
Antes de tudo, nossa própria atividade metabólica e muscular. Elas fazem com que nosso corpo gere calor, que depois é dissipado de várias maneiras:
- uma delas é a transferência direta para um material com o qual está em contato; por exemplo, o ar.
- outro mecanismo é a evaporação: quando suamos, o que acontece é que um sistema de resfriamento interno é ativado, permitindo-nos perder o excesso de calor.
Entretanto, em situações extremas, esses sistemas podem não ser o suficiente.
E se o sistema de regulamentação interna falhar, isso pode levar a perturbações no funcionamento de diferentes órgãos: rins, fígado, pênis, cérebro,… Assim, segue-se possivelmente até a morte.
Os sinais de alerta de que o calor está nos afetando seriamente
Em situações de extremo calor, o corpo começa a ter dificuldades em se esfriar e, apesar de não conseguir fazer isso, podem surgir alguns sintomas.
- Na fase inicial, os sintomas mais comuns são: dor de cabeça, tonturas, náuseas e até vômitos.
- Outros sintomas, como câimbras, temperatura corporal elevada, convulsões, alteração da consciência ou desorientação podem se seguir.
Se chegarmos a esse ponto, já estamos em uma situação grave que requer hospitalização imediata, caso contrário, a pessoa pode ter um colapso.
Quando consideramos “calor demais”?
A Organização Mundial da Saúde afirma que a temperatura ambiente ideal para o corpo está entre 18 e 24°C, o que permite que o corpo seja mantido a cerca de 36°C ou 37°C.
Qualquer nível mais alto faz com que os riscos à saúde aumentem.
- se o corpo aquece até 39°C ou 40°C, o cérebro diz aos músculos para trabalharem menos e começamos a sentir fadiga;
- entre 40°C e 41°C, ocorre a exaustão do calor;
- e, acima de 41°C, o corpo começa a parar de funcionar.
Ao mesmo tempo, os processos químicos são afetados, as células começam a se deteriorar e passa a haver o risco de falência de múltiplos órgãos.
Se essa situação ocorre, o fluxo de sangue até a pele para, que, por sua vez, passa a ficar fria e úmida. Consequentemente, certas partes do corpo deixam de circular sangue, provocando disfunção erétil, paralisia, etc. Por fim, o corpo não consegue mais transpirar.
Como se prevenir da insolação
Há algumas orientações que podem ajudar a prevenir e evitar a insolação. Por exemplo:
- Evite a exposição prolongada ao sol e utilize sempre a protetor solar contra a radiação dos raios ultravioletas.
- Não praticar atividade física entre o meio-dia e as 16h
- Vestir roupas folgadas, frescas e de cor clara.
- Usar chapéus ou bonés.
- Hidratar-se regularmente com fluidos e alimentos adequados.
- Não abuse de bebidas com cafeína, álcool ou grandes quantidades de açúcar, pois elas podem ser prejudiciais, fazendo com que você perca mais líquido corporal.
- Procure lugares frescos e com sombra.
- Nunca deixe ninguém em um carro estacionado.
- Em casa, abaixe as persianas e feche as janelas para manter o sol fora, principalmente nas horas mais quentes do dia.